O treinamento para superar o medo de falar em público requer a utilização das técnicas até que elas fiquem incorporadas ao ato de se expressar oralmente. As revistas e os livros atualmente têm dedicado páginas sobre esse medo que supera, segundo pesquisa feita, o medo de morrer. Essa preocupação da mídia impressa reflete um requisito indispensável ao profissional moderno:
O medo de falar em público se traduz através de diferentes reflexos fisiológicos como o coração disparando, mãos suando, boca seca ou muita salivação, frio na barriga, tremor nas pernas e mãos, gagueira, voz embutida ou sem energia, afonia ou rouquidão e......Esqueci tudo!!!! - A terrível impressão de ter esquecido o conteúdo que dominava tão bem.
Esses sinais tendem a desaparecer logo que comece a falar, mas é bom que se exercite o domínio da emoção para conseguir controlá-los. A voz bonita, sonora, límpida, impressiona os ouvintes, mas não basta ao profissional. Ele precisa passar segurança e credibilidade, não apenas utilizando uma boa voz, mas também utilizando a linguagem não-verbal adequada, que implica numa postura corporal segura, sem movimentos repetitivos, com o olhar abrangente e a respiração tranqüila.
Quando alegre, a respiração é ampla, livre. Quando triste ou nervoso ela se torna pequena, comprimida e aparecem os suspiros, a falta de ar, a voz trancada ou inaudível.
A voz é produzida pela passagem do ar vindo dos pulmões, passando pela traquéia e que, ao passar entre as pregas vocais ( que são como dois lábios localizados horizontalmente atrás da cartilagem tireóide - o pomo de Adão ou gogó), as coloca em vibração, produzindo um som que ao chegar à cavidade bucal é articulado pela língua, lábios, palato, formando as palavras e assim, a voz falada. Por isso a importância de ter controle sobre a respiração quando se sentir inseguro, amedrontado ou nervoso. É o domínio sobre o fluxo de ar que dará maior ou menor projeção à voz, e que também a tornará mais segura e direta, sem o tremor denunciador do medo ou da insegurança. No caso da voz ficar trêmula, deve-se colocar mais ar para que ela fique mais forte.
Não se deve esquecer que a voz tem que ser projetada, isto é, audível, sem que os ouvintes façam o menor esforço para ouvi-la. E para que as pernas não comecem a tremer, sentir seus pés no chão, deixá-los firmes, pois eles são a sua base. A frase de cunho popular que diz "foi como se o chão faltasse debaixo dos meus pés" mostra a sensação que o orador tem quando se sente ameaçado, inseguro.
Os movimentos das mãos devem ser arredondados e não deve ultrapassar a altura do peito: gestos amplos são para comício político. O dedo em riste, apontando para o público, é muito invasivo. Ficar rolando e brincando com alianças e anéis, demonstra tensão e desconforto.
No caso da apresentação oral, para evitar que o nervosismo interfira no desempenho, deve-se olhar o espaço em que se encontra, inspirando e expirando bem devagar no mínimo três vezes. O olhar é importantíssimo para se sentir mais relaxado: olhar, ver e enxergar (Método Espaço Direcional Beuttenmüller).
VOZ E CORPO CONSTITUEM O BINÔMIO ATRAVÉS DO QUAL PASSAMOS CONFIANÇA E CREDIBILIDADE